A maior parte dos fungos, assim como as bactérias, desempenham papel de grande importância na economia da natureza. Esses seres, na busca de seu alimento, decompõem o folhelho e as plantas mortas que revestem o solo das regiões florestadas, e degradam os restos de outros organismos. Nesse processo produzem anidrido carbônico, que passa para a atmosfera, e diversas substâncias minerais, que, dissolvidas no solo pela chuva e umidade, constituem alimento para outras plantas. Os fungos destroem, assim material que, de outra forma, iria acumular-se em quantidades incalculáveis. Eles são, portanto, os laboriosos lixeiros da natureza. Os fungos micorrizais ajudam as raízes de muitas plantas na absorção da água; muitos desses fungos são venenosos, mas não devem, por isso, ser destruídos, pois são úteis nas zonas arborizadas. Além de úteis para a natureza, os fungos são úteis para o homem. Todos conhecem a penicilina e outros antibióticos. Essas substâncias são produzidas por alguns tipos de mofo (fungo microscópico) e têm a propriedade de destruir bactérias e outros microorganismos causadores de várias moléstias graves. Isso sem falar dos lêvedos, fungos indispensáveis à produção de pão, vinho e cerveja. E nos fungos comestíveis, que vêm ganhando mercado no Brasil. Algumas espécies, como o agárico-campestre, podem ser cultivadas em qualquer época do ano.
Que são os Cogumelos que Comemos?
Já dissemos que o verdadeiro corpo do fungo sempre está alojado no interior de uma fonte de alimento. Que seriam então as estruturas tão características que brotam do solo ou do tronco das árvores, que todos chamam de cogumelo? Observando-se de perto podemos notar que muitos apresentam um “pé” e um “chapéu” se compõe de um conjunto de cavidades que o tornam semelhante a uma esponja. As lamelas têm por função sustentar milhares de esporos, tão pequenos quanto os grãos de poeira; esses “furinhos” correspondem às aberturas de um número considerável de túbulos forrados de esporos; cada cavidade é revestida de células especiais, que produzem esporos. Os esporos são importantes porque, se encontram condições adequadas (umidade, calor e oxigênio), podem germinar e originar um novo fungo. Os esporos, portanto, são os corpos que permitem a reprodução e dispersão da espécie. Mas para isso é necessário que aflorem no solo ou no organismo do hospedeiro no qual o micélio (parte filamentosa do talo) do fungo inserido. Eis por que, em certos períodos do ano brotam do solo formações características de cogumelos em toda a sua diversidade de formas, cores e odores. Essas estruturas, denominadas corpo de frutificação, têm a tarefa de produzir e dispersar os esporos, e muitas delas são comestíveis.
As Trufas
As trufas, usadas em culinária fina, embora à primeira vista possam ser confundidas com tubérculos de batata, são fungos. Em seu interior existem minúsculas e numerosas cavidades contendo grande número de esporos. Trata-se, pois, de um tipo particular de corpo de frutificação produzido por fungos que vivem em micorriza. Por serem corpos de frutificação subterrâneos, não podem disseminar diretamente os esporos. Dotados, porém, de forte odor, atraem animais de olfato aguçado (cães e porcos, por exemplo), que escavam a terra para comê-los, difundindo os esporos através das fezes.
FONTE
AMABIS, José Mariano, MARTHO, Rodrigues Gilberto. Conceitos de Biologia. Ed. Moderna, 2001; v.3
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