Resumo
Os cogumelos Agaricales têm sido utilizados, durante milênios, devido aos seus componentes biologicamente ativos
que exercem efeitos nutricionais, medicinais e farmacológicos imprescindíveis para os portadores de diversos
tipos de câncer. O objetivo deste estudo foi revisar os artigos indexados nas bases de dados Medline, Lilacs, NCBI,
Capes, Scielo e Cochrane, que avaliaram os efeitos da suplementação dietética com cogumelos Agaricales e outros
fungos medicinais na terapia contra o câncer.
Palavras-Chave: Agaricales, Cogumelos medicinais, Neoplasias, Suplementação dietética.
Abstract
The Agaricales mushrooms have been used during millennia due to its bioactive compounds that exert nutritional,
medicinal and pharmacological effects that are essential for the patients of diverse types of cancer. The aim of this
study is to revise indexed articles in the Medline, Lilacs, NCBI, Capes, Scielo e Cochrane databases, that had
evaluated the effects of the dietary supplementation with Agaricales medicinal mushrooms and other fungus in the
therapy against the cancer.
Key words: Agaricales, Medicinal mushrooms, Neoplasms, Dietary supplementation.
Revisão de Literatura
Suplementação dietética com cogumelos e câncer
Artigo submetido em 19/5/06; aceito para publicação em 8/6/06
364
Fortes RC e Novaes MRCG
INTRODUÇÃO
O câncer, resultado do acúmulo de mutações
seqüenciais múltiplas e alterações moleculares que
culminam com metástases1
, é a segunda principal causa
de mortalidade no Brasil2
. Na França, o câncer é a maior
causa de óbitos em homens e mulheres, entre 35 a 64
anos, sendo responsável por cerca de 150 mil mortes por
ano3
. Nos Estados Unidos, estatísticas sugerem que,
aproximadamente, 30% dos norte-americanos
desenvolverão câncer durante toda a vida, sendo que,
destes, dois terços morrerão em virtude dessa doença4
.
Estimativas para o ano de 2006 indicam que
ocorrerão, no Brasil, 472.050 casos novos de câncer,
esperando-se 234.570 casos novos para o sexo masculino
e 237.480 para o sexo feminino. Dados estatísticos
apontam que o câncer de pele não-melanoma será o mais
incidente na população brasileira (116 mil casos novos),
seguido pelos tumores da mama (49 mil), próstata (47
mil), pulmão (27 mil), colorretal (25 mil), gástrico (23
mil) e colo do útero (19 mil)5
.
O desenvolvimento do câncer resulta da interação
entre fatores endógenos e ambientais6
. Cerca de 35%
dos diversos tipos de câncer ocorrem em decorrência de
dietas inadequadas7
, caracterizadas pelo alto teor de
gordura saturada, colesterol e açúcares e baixo aporte de
verduras, frutas, legumes e cereais integrais8
. Tabagismo,
obesidade, pouca atividade física, exposição a
determinados tipos de vírus, bactérias, parasitas, além
do contato freqüente com substâncias carcinogênicas
também merecem ser destacados7
.
Os tumores malignos, particularmente aqueles cujo
crescimento é lento, levam maior tempo para serem
diagnosticados, promovendo, conseqüentemente,
alterações catabólicas extenuantes no hospedeiro,
culminando com a caquexia8
.
A caquexia, desnutrição em portadores de câncer,
apresenta uma incidência entre 30 e 50% dos casos,
podendo estar associada ao aumento da morbimortalidade
pós-operatória e menor tolerância aos procedimentos
quimioterápicos, radioterápicos e cirúrgicos9
.
O interesse no uso dos cogumelos e/ou de seus
extratos como suplementos dietéticos vem crescendo
significativamente, devido aos seus efeitos antitumorais,
anticarcinogênicos, antivirais, antiinflamatórios,
hipoglicemiantes, hipocolesterolêmicos, hipotensivos10,
entre outros, podendo ser indicados como coadjuvantes
no tratamento das neoplasias malignas8
.
Considerando-se a relevância do tema, este estudo teve
como objetivo principal investigar na literatura os efeitos
Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(4): 363-371
nutricionais e farmacológicos dos cogumelos Agaricales e
outros fungos medicinais na terapia contra o câncer.
METODOLOGIA
O presente artigo consiste em uma revisão crítica,
sobre o tema, de artigos publicados principalmente em
revistas indexadas nas bases de dados Medline, Lilacs,
NCBI, Capes, Scielo e Cochrane, com ênfase nos últimos
dez anos, nos idiomas inglês, espanhol e português,
utilizando-se os termos Agaricales, cogumelos medicinais,
câncer e suplementação dietética. Foram selecionados
estudos experimentais em animais e ensaios clínicos
randomizados, controlados, duplo-cegos, seguidos de
tratamento estatístico com significância de P < 0,05.
ALTERAÇÕES METABÓLICAS NO CÂNCER
O comprometimento do estado nutricional nos
pacientes com câncer está intimamente relacionado a
índices elevados de morbimortalidade. Além da redução
da ingestão protéico-calórica decorrente da diminuição
do apetite, alterações do paladar ou comprometimento
das funções orgânicas, diversas alterações metabólicas
contribuem para o desenvolvimento da caquexia
observada nesses pacientes11.
As principais alterações metabólicas induzidas pelos
tumores avançados incluem intolerância à glicose,
redução da secreção de insulina, resistência periférica à
insulina, aumento na síntese e no turn over de glicose,
maior atividade do ciclo de Cori, aumento do turn over
protéico, aumento na síntese hepática de proteínas,
aumento no catabolismo protéico muscular, redução
plasmática da concentração de aminoácidos ramificados,
depleção dos depósitos lipídicos, aumento da lipólise,
aumento do turn over de glicerol e ácidos graxos livres,
redução da lipogênese e hiperlipidemia11.
Os mecanismos gerais relacionados ao processo de
carcinogênese envolvem a secreção de citocinas,
hormônios reguladores e contra-reguladores. As
principais citocinas e hormônios que participam desse
processo são fatores de necrose tumoral (TNF-α),
interleucina 1 (IL-1), interleucina 2 (IL-2), interleucina
6 (IL-6), interferon gama (ITF-γ), glucagon, cortisol,
catecolaminas e hormônio de crescimento11,12. A
serotonina, leptina, fator de mobilização lipídica, fator
de mobilização protéica também estão envolvidos no
processo relacionado à caquexia do câncer através de
diversas atividades biológicas12.
Além dessas alterações, o próprio tratamento
convencional do câncer exibe diversos graus de
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Suplementação dietética com cogumelos e câncer
Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(4): 363-371
desnutrição, devido às complicações e/ou efeitos
colaterais como diarréia, náuseas, vômitos, mucosites
e anorexia, diminuindo significativamente a absorção
dos nutrientes, tornando o paciente cada vez mais
susceptível às infecções13.
PROCESSO DE FORMAÇÃO DO CÂNCER E ATUAÇÃO DOS
FATORES DIETÉTICOS NOS ESTÁGIOS DE CARCINOGÊNESE
O processo de carcinogênese pode ser dividido em
três estágios: iniciação, promoção e progressão. A fase
de iniciação envolve a exposição aos carcinógenos e
danos nas moléculas de DNA. Na fase de promoção, os
promotores tumorais ou mitógenos ativos induzem a
expansão clonal das células iniciadas. Na fase de
progressão, as células alteradas desenvolvem
modificações irreversíveis, resultando na proliferação
descontrolada de células cancerosas1,14.
A dieta adequada exerce um papel crucial nos estágios
de iniciação, promoção e progressão do câncer, podendo
prevenir de três a quatro milhões de casos novos de
câncer a cada ano7
. Determinados fungos medicinais
contêm componentes capazes de modular a tumorigênese
e carcinogênese nos diferentes estágios da doença e/ou
agir em um mesmo estágio através de diferentes
mecanismos, exercendo, dessa forma, efeitos benéficos
na prevenção e no tratamento do câncer14.
PROPRIEDADES TERAPÊUTICAS DOS COGUMELOS AGARICALES E
OUTROS FUNGOS MEDICINAIS
Os cogumelos eram conhecidos pela humanidade
pré-histórica por suas propriedades nutricionais e
medicinais, além da toxicidade de algumas espécies.
Atualmente, o consumo dos cogumelos continua sendo
bastante apreciado em distintas culturas devido às suas
características organolépticas15. Existem, no mínimo,
10.000 espécies de cogumelos, sendo 700 comestíveis,
50 a 200 medicinais e 50 venenosas8
.
A ordem Agaricales, família Agaricaceae, é uma das
mais numerosas, importantes e estudadas, devido às suas
propriedades farmacológicas, inclusive as do gênero
Agaricus, porém também possui algumas espécies tóxicas
(amanitinas) e alucinógenas (alcalóides psilocibinas)15.
As quatro espécies da ordem Agaricales que mais se
destacam na indústria de alimentos, devido ao elevado
cultivo, são Agaricus bisporus ou champignon de Paris,
Lentinus edodes ou shiitake, Pleurotus ostreatus ou
cogumelo ostra e Volvariella volvaceae ou fukurotake15.
No Brasil, os cogumelos de interesse comercial são
encontrados nas seguintes espécies: Agaricus bisporus,
Lentinus edodes, Pleurotus ostreatus, Agaricus blaze16,
Agaricus brasiliensis17 e Agaricus sylvaticus, que possuem
diferenças no genótipo ou ainda no fenótipo das
espécies18.
Os cogumelos são considerados alimentos
nutracêuticos, apresentando excelente eficácia quando
consumidos como suplementos dietéticos e podem ser
utilizados como fármacos através da extração dos
princípios ativos, assim como produzidos quimicamente
pela indústria farmacêutica8,19.
Atualmente, entre os compostos derivados dos
cogumelos, são comercializados diversos produtos, tais
como: Cogumelo do sol® (Agaricus sylvaticus), Agaricus
JUN-17® (Agaricus blazei), Lentinan® (Lentinus edodes),
Krestin® (Trametes versicolor), Schizophyllan®
(Schizophylum communis), Grifron®Maitake (Grifola
frondosa), Reishi® (Ganoderma lucidum), entre outros.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA VERSUS VALOR NUTRITIVO
Determinados tipos de cogumelos são indicados para
dietas hipoenergéticas ou como coadjuvantes no
tratamento de enfermidades especiais como o câncer.
Podem ser consumidos sob as formas desidratada e
fresca, diferindo apenas no teor hídrico e na
apresentação com conservantes15.
Quimicamente e nutricionalmente, os cogumelos são
considerados alimentos saudáveis20, pois apresentam
características imprescindíveis para a execução de suas
funções. A tabela 1 ilustra a composição nutricional de
algumas espécies de cogumelos21, 22.
Tabela 1. abela 1. Composição nutricional de algumas espécies de
cogumelos
Fonte: Adaptado de Breene21 e Borchers et al.22
Os cogumelos possuem teores elevados de
carboidratos, fibras, β-glucanas, β-proteoglucanas,
heteroglicanas, quitina e peptideoglucanas8
. Com base
em peso seco, os teores glicídicos variam de 51 a 88%,
estando presentes nas cadeias ß-glucanas, nas paredes
celulares e nas regiões intracitoplasmáticas15.
366
As fibras dietéticas estão contidas nos cogumelos
em proporções que variam de 10 a 50% com base em
peso seco e possuem ação física desfavorável na absorção
de substâncias tóxicas, nocivas e carcinogênicas.
Inúmeras pesquisas demonstram que as fibras estão
associadas a uma menor incidência de câncer colorretal,
uma vez que aceleram a excreção do bolo alimentar por
ação mecânica laxativa, diminuindo o tempo de
permanência intestinal15.
Comparando-se o teor protéico da carne bovina com
algumas espécies Agaricales, observa-se que a carne
bovina possui em torno de 14,8% de proteína em peso
seco, ao passo que os fungos Agaricales apresentam
22,5%15. Além do alto teor protéico, os cogumelos são
considerados proteína de alto valor biológico, uma vez
que possuem todos os aminoácidos indispensáveis23,
além de arginina, glutamina, dentre outros24. Segundo
Mdachi et al.25, os diferentes tipos de aminoácidos
variam em números de seis a 15, dependendo da
espécie, tornando-os comparáveis em termos nutritivos
com as carnes, os ovos e o leite.
Apesar de apresentarem quantidades reduzidas de
gorduras totais, possuem alta porcentagem de ácidos
graxos poliinsaturados (PUFA) e baixos teores de ácidos
graxos saturados e colesterol22. Comparando-se com os
peixes e as aves, os cogumelos apresentam quantidades
bem menores de colesterol e gordura saturada. A gordura
bruta dos cogumelos é constituída por diversas classes
de lipídeos, incluindo os ácidos graxos livres, mono-di-
triglicérides, esteróis, terpenóides e fosfolipídeos,
destacando-se a lecitina15.
Os ácidos graxos poliinsaturados são conhecidos
pelo importante papel no desenvolvimento e homeostase
normais. Estudos epidemiológicos demonstram que
populações com maior ingestão de PUFA possuem
redução significativa na incidência e mortalidade por
câncer quando comparadas com populações com menor
ingestão desses nutrientes26.
Os cogumelos possuem quantidades significativas de
potássio, cálcio, fósforo, magnésio, ferro, zinco22,
sódio23, niacina, tiamina, riboflavina, biotina, ácido
ascórbico e pró-vitaminas A e D (ergosterol)22.
Metais pesados como arsênico, cádmio, mercúrio14,
chumbo e cobre podem estar presentes, principalmente
quando não houver adequado cuidado nas áreas de
cultivo e com a água utilizada15, assim como substâncias
radioativas como 137 Cs14.
AÇÃO DAS PRINCIPAIS SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS DOS
COGUMELOS COM EFEITOS FARMACOLÓGICOS
Evidências científicas têm demonstrado que as β-
glucanas exercem atividades antitumorais24; as β-
proteoglucanas, atividades antitumoral19, antiviral27 e
antitrombocítica28; a lecitina exerce propriedade
antitumoral29, antimutagênica30 e hemaglutinizante3
; o
ergosterol funciona como anticarcinogênico32 e inibidor
da angiogênese33; o ácido linoléico como bactericida;
os esteróides atuam contra os tumores19; arginina como
anticarcinogênica24 e glutamina com efeitos
antioxidantes, entre outros 34.
Os cogumelos são capazes de modular a carcinogênese
em todos os estágios da doença através de distintos
mecanismos14. Porém, os mecanismos de ação dos
princípios ativos presentes nos cogumelos Agaricales e em
outros fungos medicinais ainda não estão completamente
esclarecidos na literatura. Investigadores sugerem que
essas ações podem ser atribuídas a componentes
específicos destes fungos, destacando-se as glucanas, o
ergosterol, as lecitinas e alguns aminoácidos
imunomoduladores como a arginina e a glutamina15. A
tabela 2 ilustra a atuação dessas substâncias bioativas e o
seu provável mecanismo de ação.
ESTUDOS EXPERIMENTAIS COM COGUMELOS AGARICALES E
OUTROS FUNGOS MEDICINAIS
Estudos experimentais demonstraram que a
administração intraperitoneal de grifolana (Grifola
frondosa), em ratos com sarcoma 180 (sólido), nas
dosagens de 20, 100 e 200 mg, promoveu inibição
tumoral superior a 38 e 99%, respectivamente44.
Extratos solúveis em água de Agaricus blazei testados
em ratos Swiss machos com genotoxicidade induzida
por ciclofosfamida nas concentrações de 4o
C, 21o
C e
60o
C promoveram inibição significativa da indução de
micronúcleo pela ciclofosfamida na medula espinhal e
no sangue periférico dos ratos in vivo, demonstrando
que a atividade antimutagênica pode contribuir para o
efeito anticarcinogênico45.
A administração oral de frações solúveis em água
quente do complexo protéico α(1,6)glucana e
α(1,4)glucana extraídas de Agaricus blazei em ratos com
sarcoma 180 resultou em redução tumoral significativa
(P < 0,05)46.
Outro estudo demonstrou que a administração de
10 mg/kg/dia do polissacarídeo lentinana (Lentinus
edodes) e de 200 mg/kg/dia do polissacarídeo Agaricus
blazei (ABPS) em ratos Balb fêmeas com carcinoma
induzido por 3-metilcolantrene promoveu supressão do
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Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(4): 363-371
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Tabela 2. P abela 2. rovável mecanismo de ação de algumas substâncias contidas nos cogumelos
Suplementação dietética com cogumelos e câncer
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citocromo P450s para 66% (lentinana) e para 73%
(ABPS)47.
Segundo Wasser48, a carcinogênese foi investigada
após a indução de carcinógenos em ratos e
administração, no grupo controle, de uma dieta contendo
5% de Hypsizygus marmoreus (cogumelo seco). Ao final
de 76 semanas, constatou-se que 21 dos 36 ratos não
tratados desenvolveram tumor, ao passo que apenas três
dos 36 ratos que receberam o tratamento com Hypsizygus
marmoreus apresentaram o desenvolvimento tumoral,
demonstrando que tanto o mecanismo inibitório quanto
a atividade preventiva do câncer por atuação dos
cogumelos se deve à imunopotenciação.
Em ratos submetidos a injeções subcutâneas de chá
de Agaricus sylvaticus preparado a 100o
C, observou-se
que os números de células NK triplicaram no exsudato
peritoneal, fato não observado no grupo controle. Para
cada 12 células NK do controle e do Agaricus sylvaticus,
368
averiguou-se, em três horas de incubação, 1% e 40%
de inibição de células leucêmicas, respectivamente. Para
cada 25 células NK, observou-se inibição de 1%
(controle) e de 48% (Agaricus sylvaticus) e para cada 50
células NK houve inibição das células leucêmicas de
1,5% (controle) e 57% (Agaricus sylvaticus)
49.
Novaes et al.18 avaliaram os efeitos da administração
de 50 mg/kg/dia de extratos de Agaricus sylvaticus em
ratos Wistar com tumor ascítico Walker 256 e
observaram melhora significativa das funções
hematológicas e imunológicas. Segundo Sorimachi et
al.50, acredita-se que o provável mecanismo de ação
consiste na inibição do crescimento tumoral e na
estimulação dos sistemas hematológicos e imunológicos.
Em um estudo randomizado, duplo-cego e placebo-
controlado, 46 ratos machos com tumor Walker 256 e
anemia severa foram divididos em dois grupos: placebo
(n = 43) e experimental (n = 43). O grupo experimental
recebeu uma dieta contendo 50 mg/kg/dia de extratos
aquosos de Agaricus sylvaticus por gavagem, duas vezes
ao dia, até a morte. O grupo experimental apresentou
aumento significativo dos eritrócitos (P = 0,03),
hematócrito (P = 0,02), hemoglobina (P = 0,05),
leucócitos, linfócitos e neutrófilos (P = 0,03),
demonstrando que a suplementação com a Agaricus
sylvaticus exerce efeitos benéficos em ratos com tumor
Walker 256, principalmente, no sistema
hematopoiético51.
ENSAIOS CLÍNICOS COM COGUMELOS AGARICALES E OUTROS
FUNGOS MEDICINAIS
Em um ensaio clínico randomizado, placebo-
controlado e duplo-cego, 20 pacientes com câncer
colorretal, em fase pós-operatória, tratados com
quimioterapia, foram divididos em dois grupos:
experimental (n = 10) – suplementado com fungo Agaricus
sylvaticus, oralmente, duas vezes ao dia (4,08mg/kg/dia)
e placebo (n = 10) – apenas amido, oralmente. Todos os
pacientes foram acompanhados por um período de três
meses. O grupo suplementado com Agaricus sylvaticus
apresentou redução dos níveis de colesterol total de
249,60 ± 119,62 para 206,80 ± 24,46 (P = 0,01), fato
não observado no grupo placebo. Os níveis de LDL-c
reduziram no grupo experimental, porém esta redução
não foi estatisticamente significativa. Níveis de HDL e
VLDL não alteraram em ambos os grupos. As taxas de
triglicerídeos foram maiores no grupo placebo (P = 0,05)
quando comparado com o grupo tratado, demonstrando
que a suplementação com Agaricus sylvaticus pode
beneficiar esses pacientes através da regulação do
metabolismo lipídico 52.
Os efeitos de lentinana (Lentinus edodes), durante
seis meses, foram avaliados em 33 pacientes em vários
estágios de câncer gástrico após gastrectomia. Após uma
semana, esses pacientes receberam 2 mg de lentinana,
quatro vezes ao dia, por dois ou quatro intervalos
semanais. Os resultados obtidos foram aumento superior
a 50% da produção basal de IL-1 pelos macrófagos em
aproximadamente 70% dos pacientes. Este efeito foi
mais significativo nos pacientes que receberam lentinana
por quatro semanas quando comparado com aqueles
que receberam esse tratamento por apenas duas
semanas22.
A administração de 3 g/dia de polissacarídeo-
peptídeo (PSP) extraído do micélio de Coriolus versicolor,
por um período de dois meses, em 82 pacientes com
carcinoma gástrico tratados com quimioterapia, resultou
em aumento significativo (P < 0,05) da atividade das
células NK, IL-2, CD4, CD8 quando comparado com
o grupo controle que recebeu apenas o tratamento
quimioterápico53.
Em um ensaio clínico randomizado, placebo-
controlado e duplo-cego, 68 pacientes com câncer
pulmonar avançado (estadiamentos III e IV) que haviam
terminado o tratamento convencional, foram divididos
em dois grupos: placebo (n = 34) e experimental (n =
34). O grupo experimental foi suplementado, via oral,
com três cápsulas de PSP isolado de Coriolus versicolor
(340 mg cada), três vezes ao dia, durante quatro semanas.
Observou-se aumento significativo (P < 0,05) nas
contagens de leucócitos e neutrófilos, enquanto no grupo
placebo essas taxas foram reduzidas. Os níveis de IgG,
IgM e o percentual de gordura corpórea aumentaram
significativamente (P < 0,05) no grupo experimental,
fato não observado no grupo placebo. Embora os
pacientes do grupo PSP não tenham apresentado melhora
significativa dos sintomas, observou-se que o número
de pacientes que abandonaram o estudo, devido à
progressão da doença, foi significativamente maior no
grupo placebo (n = 8) quando comparado com o grupo
tratado (n = 2) (P = 0,04). Nenhuma reação adversa foi
atribuída aos medicamentos experimentais. Os
resultados sugerem que a ingestão de PSP pode tornar
mais lento o processo de deterioração da doença54.
Duzentos e sessenta e cinco pacientes com carcinoma
gástrico em tratamento cirúrgico e quimioterápico foram
randomizados em dois grupos: placebo (tratado apenas
com quimioterapia) e experimental (quimioterapia mais
3g/dia de polissacarídeo, PSK, de Coriolus versicolor),
durante um período de quatro semanas que foram
alternadas com um período de repouso semanal. O grupo
tratado com PSK demonstrou aumento significativo (P
< 0,05) da sobrevivência por cinco anos e na taxa de
sobrevida geral. Em relação aos efeitos adversos, não
Fortes RC e Novaes MRCG
Revista Brasileira de Cancerologia 2006; 52(4): 363-371
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houve diferença significativa entre os dois grupos55.
Em outro estudo, 20 pacientes com leucemia não-
linfocítica aguda tratados com quimioterapia foram assim
divididos: grupo experimental (20g de Agaricus blazei,
três vezes ao dia; n = 10) e grupo controle (placebo; n =
10). No grupo experimental, 8 pacientes alcançaram
completa remissão tumoral, 2 pacientes permaneceram
sem remissão e a taxa entre eritrócitos, granulócitos e
grandes células nucleares retornaram aos níveis normais
num período de sete a oito dias ao final da quimioterapia.
No grupo controle, 5 pacientes alcançaram completa
remissão, 2 pacientes tiveram remissão parcial e 3 não
apresentaram remissão do tumor. Observou-se também
aumento significativo nas quantidades de IgM no grupo
que recebeu o cogumelo, porém não foram detectadas
modificações no grupo controle56.
Cinqüenta pacientes com câncer gástrico tratados
com cirurgia e quimioterapia participaram de um ensaio
clínico randomizado, duplo-cego, placebo controlado e
receberam, por um período de três meses, 3 g/dia de
PSP (Coriolus versicolor) ou placebo. Os resultados
obtidos foram aumento significativo (P < 0,05) da
atividade das células NK e de CD4/CD8 quando
comparado com o grupo controle57.
Quinze mulheres com carcinoma mamário em
estágio avançado da doença receberam D-fração-β-
glucana e tabletes de maitake extraídos de Grifola
frondosa aliados à quimioterapia e 86,7% obtiveram
como resultados redução significativa do tamanho
tumoral, melhoria nos testes séricos, redução dos
vômitos e aumento do apetite58.
Em outro estudo clínico randomizado, placebo-
controlado e duplo-cego, 22 pacientes foram divididos
em dois grupos (placebo, n = 11; suplementado com
Agaricus sylvaticus, n = 11). O grupo Agaricus sylvaticus
recebeu o cogumelo via oral (4,08mg/kg/dia, duas vezes
ao dia, por três meses). O grupo placebo recebeu
somente amido. Dos 11 pacientes do grupo placebo,
9% apresentaram constipação, 27%, diarréia e 64%,
ausência de alterações após início da suplementação,
sendo que, destes, 91% relataram nenhuma modificação
na quantidade e consistência fecal e apenas 9% relataram
melhoria fecal. Comparando os resultados com o grupo
Agaricus, observou-se que 91% dos pacientes deste grupo
experimentaram normalização intestinal, através da
melhoria tanto da diarréia quanto da constipação e
apenas 9% relataram não ter tido alterações na função
intestinal. Observou-se que, no grupo placebo, 28%
dos pacientes apresentaram tontura, 27%, dores
abdominais, 18%, insônia, 9%, fraqueza e 18%,
ausência de alterações. Em comparação com o grupo
Agaricus, 55% apresentaram melhoria na disposição e
36%, ausência de alterações nas funções intestinais. Os
resultados demonstraram que a suplementação com
Agaricus sylvaticus promove redução significativa dos
efeitos quimioterápicos adversos, normalização das
funções intestinais e melhora significativa da qualidade
de vida em pacientes com câncer colorretal59.
CONCLUSÃO
Estudos clínicos e experimentais demonstram que a
suplementação dietética com cogumelos Agaricales e
outros fungos medicinais exerce efeitos nutricionais,
medicinais e farmacológicos imprescindíveis, podendo
ser utilizada como coadjuvante na terapia contra o câncer.
Os mecanismos de ação das substâncias bioativas
presentes nos cogumelos ainda não estão completamente
esclarecidos na literatura, mas evidências científicas
sugerem que essas substâncias são capazes de modular
a carcinogênese nos estágios de iniciação, promoção e
progressão, promovendo benefícios aos portadores de
diversos tipos de câncer, principalmente através da
estimulação do sistema imunológico. Estudos
controlados e randomizados adicionais são necessários
para elucidar detalhadamente os possíveis efeitos
adversos, toxicidade e mecanismo de ação dos principais
componentes bioativos presentes nos fungos medicinais.
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